CONFIRA TRECHO DA MATÉRIA EXIBIDA ONTEM NO PROGRAMA GLOBO REPÓRTER.
Globo Repórter visita o país do bem viver: o Uruguai
Terra do pampa que se estende sem fim. Do rio mais largo do mundo. De um litoral cheio de luxo e personalidade. Do assado na brasa. O Globo Repórter visita o Uruguai, um país fascinante. Terra do pampa que se estende sem fim. Do rio mais largo do mundo. De um litoral cheio de luxo e personalidade. Do assado na brasa. Do doce de leite. E do mate. Um lugar onde a gente não percebe pressa e nem o corre-corre.
Ao desenhar o seu mapa, o Uruguai ajudou a definir parte de nossa fronteira. Acontece que essas terras banhadas pelas águas doces do Rio da Prata e pelas praias da Costa Atlântica sempre fascinaram.
Entre os séculos XVI e XIX, espanhóis, portugueses e até brasileiros brigaram por elas. Agora, o Uruguai chama atenção de novo, mas não de conquistadores. Ele é o queridinho da vez de quem quer ver ou morar em um país onde se vive muito e como antigamente.
Montevidéu nem parece capital de um país. Tem mais jeito provinciano que cosmopolita. E olha que metade da população uruguaia vive nela. Entre as ruas sem engarrafamento e rodeadas por árvores, exibe um dos caminhos mais charmosos da cidade. A ‘rambla’ que é um calçadão com 20 quilômetros que se debruça sobre o Rio da Prata e liga a cidade colonial à cidade moderna.
Lá não tem blecaute, nem engarrafamento e os motoristas encontram nas ruas mais gentilezas que faróis. A capital uruguaia tem um ar de nostalgia espalhado pelos jardins, casarões e prédios que exibem na fachada estilos arquitetônicos dos últimos dois séculos. O Teatro Solis é uma das construções mais lindas da cidade.
O Palácio Salvo com suas torres que lembram o gótico e chegam a 70 metros já foi o mais alto da América do Sul. E há uma fonte mágica que diz a lenda, realiza apenas um desejo: amor. A ela não são dadas moedas, mas cadeados com nomes de apaixonados. Eles representam o desejo de amantes que sonham em ficar juntos para sempre. E muitos amantes já fizeram pedidos à fonte.
No meio do caminho há uma porta. Antiga, imponente. É a porta da cidadela - o que restou da muralha que protegia a Montevidéu colonial de 1714.
Nas ruas, o que se vê é uma tranquilidade que impressiona. E o que se sente é um cheirinho de fumaça no ar. Sempre tem um fogo pronto para preparar o prato preferido de quem mora por lá: o assado.
O assado é orgulho nacional que envolve tradição e técnica. Diferentemente ao que estamos acostumados no churrasco brasileiro, o assado uruguaio é feito com lenha e não com carvão e isso faz toda a diferença garantem os parrilleros.
“Que gosto a lenha dá a carne?”, pergunta a repórter Rosane Marchetti.
“O gosto, a fumaça, o calor é outro. O mesmo corte de carne, porém um assado com carvão não sai o mesmo, totalmente diferente”, explica Santiago Touroski, assador.
Enquanto controla o ponto das carnes, Santiago conta que aprendeu tudo com o pai, ainda quando era pequeno. E um dos orgulhos é a batata doce glaceada: irresistível. E o preparo é quase um ritual.
Bastante açúcar. E a repórter mostra o segredo. É sensacional. É uma festa, todo mundo comemorando o preparo da batata.
“Assada e ela fica crocante na parte do açúcar. Realmente simples, mas deliciosa”, conta a repórter.
Na grelha vai um pouco de tudo. Carnes, linguiças, miúdos, pimentões, abóboras, cebolas e tomates. Produtos que vem direto das grandes e tradicionais estâncias e das pequenas propriedades rurais. O Uruguai está cheio delas. Com pessoas que vivem da terra, do que colhem dessa terra fértil e generosa. São lugares de lindas paisagens, com casinhas distantes e povoados que são uma graça.
O Globo Repórter visita o povoado de Éden, onde vivem 200 pessoas. Não há calçamento nas ruas nem na praça. Há uma igreja, casas e um silêncio surpreendente. Em lugares assim vivem cerca de 200 mil agricultores que cultivam principalmente uvas, arroz, laranja e legumes. E que não faz muito tempo, começaram a dar espaço também às oliveiras. E são elas que dão esse jeitinho de Itália às pequenas colinas uruguaias. Uma vez por ano as árvores ficam repletas de azeitonas e a colheita é feita com todo o cuidado, como um carinho. Manualmente para não machucar as frutas.
As azeitonas demoraram um ano para estar no ponto de colheita e o bom é que a equipe do programa chegou bem nesta época. Elas vão dar origem a um azeite extra-virgem. Uns nove, dez quilos de azeitonas são o suficiente para produzir um litro de azeite.
As azeitonas vão direto da colheita para a moagem. O aroma liberado durante o esmagamento da fruta é um perfume. Foram as azeitonas que levaram de volta ao campo Isabel Mazzucchelli. A engenheira química especializou-se na arte de degustar óleos.
A equipe do programa degusta um azeite e a Isabel demonstra como é o processo.
Primeiro é servida uma quantidade pequena de azeite. Isabel explica que é preciso aquecer um pouco, pois azeite é bom consumir aos 28 graus. Na degustação ao contrário do vinho, o azeite, deve ser engolido.
Todo o sabor se sente na boca e o picante que é uma virtude do azeite se sente na garganta.
Mais do que uma profissão, Isabel faz dessa atividade um estilo de vida. Ela cuida das azeitonas, do equilíbrio dos óleos e olha com orgulho as oliveiras que formam a paisagem que ela ajudou a mudar.
A terra é fértil e o mar oferece fartura. Grande parte da boa comida que vai a mesa vem de águas geladas e agitadas.
As feiras, todos os dias, oferecem a pesca da noite. Camarões, lagostas, peixes, lulas. Tanta opção que fica difícil decidir o que levar.
De olho nas banquinhas também ficam eles: os velhos lobos do mar. Descobriram lá a vida mansa de quem não precisa mais pescar. Mergulhos, flashes e peixes. Se não fossem as gaivotas seria um paraíso.
Mas nada é perfeito. E qualquer descuido lá se vai um peixe. O uruguaio gosta tanto, mas tanto do sabor do mar, que tem chef colhendo algas para incrementar receitas. Luciano Raimundo que vive em Punta Del Diablo, busca entre as pedras as algas verdinhas que usa para preparar suas especialidades.
“É como se fosse uma horta?”, pergunta a repórter.
“Sim, mais ou menos, natural”, diz.
Ovos, farinha e algas frescas bastam para fazer os raviólis que recheia com ricota e queijo parmesão e algas bem picadinhas.
“A alga pode ser um dos alimentos do futuro e tem muitas vitaminas. O que temos que fazer é cuidar da natureza”, aponta o chefe de cozinha, Luciano Raimundo.
Desidratada, ela também serve de tempero para a salada. Com frutos do mar, claro. Tudo muito curioso, muito delicioso. Com gostinho do mar.
FONTE: REDE GLOBO.
FONTE: REDE GLOBO.
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